Foto: Arquivo/Jornal CORREIO
"Fica impossível ensinar o aluno a alinhar corretamente o carro quando o mato encobre a guia da calçada”, afirma um instrutor de autoescola
No bairro Tamareiras, em Lafaiete, um problema cotidiano tem causado transtornos para alunos e instrutores de autoescolas: a vegetação alta e sem manutenção em diversos terrenos particulares e públicos da região. Segundo relatos, o mato - que já invade as ruas - dificulta manobras básicas, como o alinhamento do carro junto ao meio-fio, etapa essencial para quem está em processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Aulas comprometidas
As ruas do Tamareiras são frequentemente utilizadas por instrutores e estudantes de direção por oferecerem pouco movimento e boa estrutura viária. No entanto, a falta de limpeza nos lotes vagos tem atrapalhado esse processo. “Fica impossível ensinar o aluno a alinhar corretamente o carro quando o mato encobre a guia da calçada. Isso compromete a prática e pode prejudicar o desempenho no exame”, afirma um instrutor de autoescola que prefere não se identificar.
Além das aulas, moradores também relatam dificuldades ao caminhar pelas calçadas, muitas das quais já foram tomadas pela vegetação. “A gente é obrigado a andar pela rua, o que é perigoso, principalmente à noite”, conta uma dona de casa, moradora da região há mais de dez anos.
Risco à segurança e proliferação de doenças
Com a recente inauguração da UPA 24h na região, o fluxo de pedestres nas ruas do bairro Tamareiras aumentou consideravelmente, especialmente em horários noturnos e aos fins de semana. Isso acende um alerta ainda maior sobre a necessidade de limpeza e visibilidade nas vias, já que o movimento de pessoas também eleva o risco de roubos e furtos em pontos mal iluminados e encobertos pelo mato.
Outro ponto de preocupação é a saúde pública. O acúmulo de lixo entre a vegetação e o ambiente propício à proliferação de insetos e animais peçonhentos, como escorpiões e cobras, agravam o problema.
Responsabilidade e fiscalização
Alguns dos terrenos tomados pelo mato no bairro Tamareiras pertencem a particulares. Outros estão registrados em nome da Prefeitura ou sob sua responsabilidade direta, o que exige atuação do poder público para a limpeza periódica. Nos casos de terrenos privados, a obrigação de manter a área limpa e cercada é do proprietário.
Esse dever está previsto no Código de Posturas de Conselheiro Lafaiete, que é um conjunto de normas municipais que regulamentam o uso e a conservação de espaços urbanos. Ele prevê que, se o terreno não estiver devidamente limpo, a Prefeitura pode notificar o proprietário. Em caso de descumprimento, pode aplicar multas e, se necessário, realizar a capina de forma compulsória, cobrando posteriormente o serviço.
“Os proprietários de terrenos não edificados são obrigados a mantê-los limpos, drenados e cercados, de forma a não prejudicar a higiene, segurança e estética urbana.”
Lei Ordinária nº 865, artigo 97.
Enquanto isso, instrutores de autoescola, moradores e alunos aguardam por uma solução efetiva. O mato que cresce desordenadamente no Tamareiras continua sendo mais do que um incômodo: é um reflexo da falta de manutenção e atenção a questões básicas de infraestrutura urbana.
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Postado por Maria Teresa, no dia 11/05/2025 - 18:44