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José César


A poluição dos cursos de água urbanos em Conselheiro Lafaiete



A poluição dos rios e córregos urbanos é um grave problema ambiental que atinge grande parte das cidades brasileiras, e Conselheiro Lafaiete não fica imune a essa realidade. A principal causa dessa degradação é o despejo irregular de esgoto doméstico, que contamina as águas e compromete a saúde pública. Apesar da Copasa, empresa responsável pelo saneamento básico no município, afirmar que 95% do esgoto é tratado e cobrar caro por este serviço, a realidade observada pela população contradiz esses dados. Basta uma breve caminhada às margens do Rio Bananeiras (bairros Carijós, Areal e Rua Marechal Floriano), do Ribeirão Ventura Luiz (bairros Moinhos, Gigante, Água Preta) ou do Córrego Rubi (bairros Arcádia, Manuel de Paula e Morro da Mina) para constatar o mau cheiro e a sujeira, evidenciando a existência de ligações clandestinas e a ineficiência do sistema.

O impacto dessa poluição vai além do desconforto olfativo e visual, afetando diretamente o ecossistema local. A contaminação das águas por matéria orgânica e produtos químicos reduz o oxigênio disponível, levando à morte de peixes (que outrora existiam) e outros organismos aquáticos. Além disso, o acúmulo de dejetos favorece a proliferação de doenças, como dengue, leptospirose e hepatite, colocando em risco a população que vive próximo a esses cursos d’água. A degradação ambiental também desvaloriza as áreas urbanas, afastando investimentos e prejudicando o desenvolvimento sustentável da cidade. Diante desse cenário, é urgente que o poder público e a Copasa assumam suas responsabilidades e ampliem a fiscalização. A universalização do tratamento de esgoto não pode ser apenas uma promessa, mas uma meta prioritária, com investimentos em infraestrutura e tecnologia. Pa­ralela­mente, é essencial combater as ligações irregulares, aplicando multas e conscientizando a população sobre os danos causados pelo descarte inadequado.

A transparência nos dados e a participação da sociedade civil no monitoramento das políticas públicas são passos fundamentais para garantir avanços concretos. No entanto, a solução não depende apenas das autoridades; a população também precisa fazer sua parte. Muitos moradores, por falta de informação ou negligência, contribuem para o problema ao lançar esgoto diretamente nos rios ou descartar lixo nas suas margens. Campanhas educativas podem ajudar a mudar essa mentalidade, mostrando que pequenas atitudes, como regularizar ligações de esgoto e evitar o despejo de óleo e detritos nas pias, fazem diferença. A preservação dos recursos hídricos é um dever coletivo, e só com a união de esforços será possível reverter esse quadro.

Em síntese, a poluição dos cursos d’água em Conselheiro Lafaiete é um desafio complexo, mas não insolúvel. Envolve desde a eficiência do saneamento básico até a mudança de hábitos da população. Se houver comprometimento do poder público, da iniciativa privada e dos cidadãos, será possível restaurar a qualidade das águas e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações. Afinal, rios limpos não são apenas um direito ambiental, mas um reflexo do respeito que uma sociedade tem por si mesma e pelo meio em que vive. Vamos fazer a nossa parte???



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Escrito por José César, no dia 04/06/2025

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Coronel José César de Paula
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