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Saúde


Lucro da indústria do cigarro custa cinco vezes mais ao Brasil em saúde pública

Para cada R$ 1 arrecadado pelo setor, país gasta R$ 5 no tratamento de doenças causadas pelo tabagismo



Foto: AbsolutVision/Pixabay/Agência Brasil


Dados do Inca apontam que o Brasil gasta R$ 153,5 bilhões por ano com os efeitos do tabaco


Para cada real de lucro gerado pela indústria do tabaco no Brasil, o país desembolsa R$ 5 com o tratamento de doenças relacionadas ao fumo. A conclusão é do estudo A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta, divulgado na quarta-feira (28) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e pelo Ministério da Saúde. 
O levantamento revela que a cada R$ 156 mil de lucro obtido com a venda de cigarros legais, uma morte por doenças como câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), acidente vascular cerebral (AVC) ou doenças cardíacas isquêmicas é registrada. Os custos médios associados a cada uma dessas mortes são elevados: R$ 361 mil em despesas diretas com tratamento médico, e R$ 796 mil considerando também as perdas econômicas indiretas. Com base nesses números, o estudo estima que os gastos totais com os danos do tabagismo são 5,1 vezes maiores que os lucros da indústria.

Segundo o Ministério da Saúde, os prejuízos econômicos vão além do estudo. Dados do Inca apontam que o Brasil gasta R$ 153,5 bilhões por ano com os efeitos do tabaco — valor que representa 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Desse montante, R$ 67,2 bilhões são referentes ao tratamento de doenças, enquanto os custos indiretos, como perda de produtividade e afastamento do trabalho, chegam a R$ 86,3 bilhões. A arrecadação federal com impostos do setor tabagista foi de R$ 8 bilhões em 2022, o que cobre apenas 5,2% dos prejuízos totais atribuídos ao tabagismo no país.

O impacto na saúde pública é evidente. Estima-se que o tabagismo seja responsável por 477 mortes por dia no Brasil, totalizando 174 mil óbitos anuais — muitos deles evitáveis. Entre as causas principais estão a DPOC, doenças cardiovasculares, vários tipos de câncer, diabetes tipo 2 e o fumo passivo, que, sozinho, é responsável por cerca de 20 mil mortes por ano. Mesmo proibidos desde 2009, os cigarros eletrônicos continuam sendo uma preocupação. Disfarçados de inovação tecnológica, esses dispositivos têm atraído especialmente os jovens. Dados da pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, indicam que 2,1% dos adultos brasileiros usaram cigarros eletrônicos em 2023, sendo o índice mais alto entre pessoas de 18 a 24 anos (6,1%).

Atualmente, 9,3% da população brasileira se declara fumante — o que representa cerca de 19,6 milhões de pessoas. A prevalência é maior entre os homens (11,7%) do que entre as mulheres (7,2%). Como medida de enfrentamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para dependência da nicotina. O atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e inclui apoio profissional, terapia individual e em grupo, além de medicamentos como adesivos de nicotina, goma de mascar e cloridrato de bupropiona. O serviço é acessível a qualquer pessoa interessada em parar de fumar e melhorar a qualidade de vida. Para iniciar o tratamento, basta procurar a UBS mais próxima ou entrar em contato com a secretaria de saúde do município.
Fonte: Agência Brasil




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 28/05/2025 - 19:20


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