Tempo em Lafaiete: Hoje: 22° - 13° Agora: 13° Domingo, 25 de Maio de 2025 Dólar agora: R$ 5,642 Euro agora: R$ 6,410
Comunidade


Sebastião Salgado, ícone da fotografia, morre aos 81 anos

Ele é considerado um dos fotógrafos mais importantes da história. Mineiro foi mestre na arte de retratar a alma humana e do planeta em preto e branco



Foto: Joel Saget/AFP/Arquivo


Sebastião Salgado em imagem de 18 de maio de 2021, em Paris 


Morreu aos 81 anos Sebastião Salgado, considerado um dos maiores fotógrafos do mundo. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado.

Salgado enfrentava um distúrbio sanguíneo decorrente de malária contraída na Indonésia, doença que não conseguiu tratar adequadamente. Por conta da saúde fragilizada, aposentou-se do trabalho de campo em 2024. Na ocasião, afirmou que seu corpo carregava “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.

"Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora", destacou a nota do Instituto Terra.

Nascido em Aimorés (MG), em 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior tornou-se conhecido mundialmente pela potência de suas imagens em preto e branco, nas quais capturava a essência humana e as feridas do planeta. Embora formado em Economia, descobriu a fotografia em 1973 — e nunca mais a abandonou.

Seu trabalho documental o levou a mais de 120 países. Ficaram marcadas na história séries como a da Serra Pelada, nos anos 1980; Trabalhadores, que retrata a força do labor humano; e Êxodos, uma potente narrativa visual sobre migrações ao redor do mundo.

A imagem icônica da Serra Pelada, de 1986, foi selecionada pelo The New York Times como uma das 25 fotografias que definem a modernidade desde 1955. A cena, captada no maior garimpo a céu aberto do mundo, no Pará, revelou a magnitude da desigualdade humana e da exploração. "Eu nunca vi nada parecido. Vi passar diante de mim, em frações de segundo, a história do humano, da humanidade, a Torre de Babel", afirmou o fotógrafo sobre o momento.

Além da arte, Salgado se dedicou à preservação ambiental. Em 1998, ele e Lélia fundaram o Instituto Terra, iniciativa que promove o reflorestamento da Mata Atlântica e o desenvolvimento sustentável.

Premiado em diversos países, Salgado foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, tornou-se membro da Academia de Belas Artes da França, Embaixador da Boa Vontade da Unicef e membro honorário da Academy of Arts and Science dos EUA.

Em entrevista ao jornal The Guardian em 2024, foi direto: "Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais. Já vivi tanto e vi tantas coisas."

Deixa um legado imensurável para a fotografia, para a arte e para o planeta.

Fonte: G1




Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383


Postado por Rafaela Melo, no dia 23/05/2025 - 16:16


Comente esta Notícia