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Opinião


Editorial: A banalização da morte em Lafaiete

O que era uma cidade tranquila, marcada pela solidariedade e pelo trabalho, hoje vê crescer o medo e a insegurança



Foto: FreePik


O medo já cala os inocentes, encarcera a população em suas casas e ameaça um dos pilares da democracia: o direito de ir e vir

Nos acostumamos a ver, nas grandes cidades, manchetes repetidas sobre mortes ligadas ao tráfico com frequência e naturalidade assustadoras. Como se a vida humana, pouco a pouco, perdesse o seu valor. Jovens cada vez mais novos, à margem da sociedade, sendo cooptados e usados como peças descartáveis pelo crime organizado. E nesse fogo cruzado, vidas inocentes – inclusive de crianças – sendo ceifadas. Até bem pouco tempo, isso nos parecia uma realidade distante - cruel, mas distante. Acontece que não é mais.

Essa realidade já chegou, e chegou com força, às ruas e vielas de Conselheiro Lafaiete. Facções de bairros rivais travam uma guerra silenciosa apenas para quem não quer ouvir. O que era uma cidade tranquila, marcada pela solidariedade e pelo trabalho, hoje vê crescer o medo e a insegurança. E não é preciso ir longe para constatar isso: as edições impressas do Jornal CORREIO relatam homicídios, tentativas de homicídio e um julgamento, quase sempre com um mesmo pano de fundo – o tráfico de drogas.

Há quem diga que a morte de envolvidos com o crime não deve ser lamentada da mesma forma. Que é “risco da profissão”. Que um traficante ou um usuário a menos não representa perda alguma para a sociedade. Mas esse raciocínio, além de cruel, é míope. Do sangue derramado no chão brotam novas violências. A indiferença diante da morte é lenha para a fogueira da barbárie. Não é deixando que os criminosos se matem entre si que venceremos essa guerra. Se fosse assim, os grandes centros urbanos já teriam encontrado a paz.

Pelo contrário: como a hidra mitológica, para cada cabeça do crime cortada, duas novas surgem, mais violentas; mais desumanas. É preciso agir. Com rigor, com inteligência e com urgência. As Polícias Civil e Militar precisam retomar o controle das ruas e enfrentar o avanço do tráfico com firmeza. A omissão, ainda que involuntária, tem custado caro. O medo já cala os inocentes, encarcera a população em suas casas e ameaça um dos pilares da democracia: o direito de ir e vir. Lafaiete não pode aceitar a banalização da morte como parte do cotidiano, porque quando a morte vira rotina, ninguém está a salvo.




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Postado por Maria Teresa, no dia 11/05/2025 - 09:35


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