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Exemplo a ser seguido: Cineasta lafaietense tem carreira consolidada no Canadá



 

Trabalhar com cinema – e no exterior – pode parecer um sonho distante, especialmente para jovens do interior de Minas. Mas como dizem, ‘sonhar pequeno e sonhar grande dá o mesmo trabalho’, não é mesmo? Então, por que não acreditar e fazer acontecer? Esse foi o desafio aceito pelo lafaietense Joffre Faria Silva, que há mais de 20 anos fez as malas e partiu para o Canadá, em busca do seu sonho. Mas de tempos em tempos, o cineasta regressa e partilha conosco esse gosto pelo desafio, somado ao amor pela arte. O assunto foi tema do Café Literário, uma iniciativa dos professores Luiz Paulo Rivelli Nogueira (matemática) e Vanuza das Graças Silva (português), e também foi debatido no Napoleão Reis, e na escola estadual Narciso de Queirós.

Um desses encontros foi realizado na terça-feira, dia 14. Na oportunidade, Joffre Faria falou sobre o filme Impedimento, ambientado na cidade fictícia de Queluz de Minas, no interior de Minas Gerais, e gravado em Lafaiete, em 2006, com a participação de artistas locais. “A experiência de fazer o longa foi fantástica. Eu tenho que ressaltar que o Impedimento não teria acontecido sem o apoio que recebi da prefeitura que, na época, tinha o Dr. Júlio à frente como prefeito e Geraldo Lafayete na pasta de Cultura. Mais que apoio logístico, eles me passaram a segurança de que eu que poderia contar com eles a todo momento. A Casa do Teatro deu acesso aos seus atores, que compuseram cerca de 90% de participação no filme.


Dentro do projeto, os alunos assistiram ao longa e puderam conversar com o cineasta. Formado em Cinema em uma universidade em Montreal, ele conta que começou a trabalhar na cidade de Toronto na área de cinema e TV, com produção de arte para filmes e seriados, além de seus projetos pessoais, como em português e inglês. “O cinema foi algo que sempre me atraiu demais, mas crescendo em Lafaiete na década de 70, era praticamente impossível ter qualquer experiência nessa área. Então, comecei a participar de grupos; escrever peças para a escola. Fazia apresentações no bairro Rosário, onde eu cresci. Até que minha irmã, Maria das Neves, mudou-se para o Canadá, no final dos anos 80, e eu vi ali também a oportunidade de ter uma experiência no exterior. Cinema, para mim, é vida; é meu oxigênio. Eu não só amo fazer como assistir, descobrir novos cineastas”, revela.


Quem também bateu um papo com os estudantes foi o ator Thiago Resende Nepomuceno. Nascido em Lafaiete em 1986, Thiago também desenvolveu seu gosto pela arte na escola: “Comecei no Doriol Beato. Eu escrevia, fazias peças, e quando me mudei para o Rio de Janeiro, continuei. Voltei para Lafaiete em 2003, quando eu conheci o Geraldo Lafayette e comecei minha reintegração ao teatro. Foi na Casa do Teatro que eu me preparei para fazer a prova de aptidão para artes cênicas da Ufop. Em 2006, eu passei em Ouro Preto – mesmo ano em que trabalhei com Joffre, no longa Impedimento. Concluí meu curso na Ufop e voltei para o Rio, onde fiz trabalhos na Globo, com a Xuxa, em publicidades como Nextel e Brahma. Em 2014, eu me mudei para São Paulo, onde fazia publicidade, e continuei minha carreira de ator. Em 2016, migrei para o setor artístico, porém em navios, e desde então, trabalho com a parte de entretenimento em navios”, conta.


O reencontro com Joffre só ocorreu agora, 17 anos após o filme. Participar do projeto no Napoleão Reis foi uma oportunidade para uma reflexão sobre a carreira e o cenário nacional: “A carreira de ator é complicada. No Brasil, não temos apoio, o que exige perseverança e meta. Eu quero dizer que você pode ser ator, sim, mas tenha sempre o seu plano reserva. Esteja muito bem preparado para ausência de apoio familiar e da sociedade. A cultura no Brasil é muito importante, mas é pouco valorizada. Então, estude outros idiomas. A internet disponibiliza tudo para você. Então, estude. Essa carreira exige dedicação. Hoje, trabalho com entretenimento em navios, mas o quanto eu agreguei em outros setores é o que me fez ser quem eu sou hoje e chegar onde eu cheguei”, afirma.

Sobre o Café Literário
Matemático, Luiz Paulo Rivelli Nogueira não se atém apenas aos números e gosta de trabalhar seu lado educador. A meta, nesse sentido, é mostrar para os alunos que todos são capazes de chegar onde quiserem. E assim nasceu o Café Literário, realizado em parceria com a professora de Português Vanuza: “Ela trabalha a parte da biografia do cineasta convidado. Após todo o estudo em sala, realizamos a exibição do filme Impedimento e contamos com a presença ilustre do Joffre, que atendeu com muita atenção as cinco turmas do segundo ano do ensino médio que estão participando. O Joffre foi meu amigo de escola desde a 4ª série primária; nos formamos juntos no ensino médio. Ele se sobressaiu e hoje é um cineasta que trabalha com produção de TV no Canadá. O objetivo dele aqui é mostrar que todos podem chegar onde quiser”, explica.

O bom filho à casa torna
Já na escola estadual Narciso de Queirós, a presença de Joffre Faria foi destacada por ele ser ex-aluno: “Ele nunca se deixou esquecer de Lafaiete e, mais uma vez, está aqui, mostrando que tudo tem um sentido para quem escolhe não desistir! Joffre é um dos lafaietenses que seguiu seu sonho, enfrentou o mundo e se tornou o que e quem sempre quis ser”, escreveu o educandário em uma rede social.

Joffre Faria Silva
Integram: @joffrefaria
Facebook: Joffre Faria Silva
Site: https://www.joffresilva.com/

Thiago Resende
Instagram: @thiagocardi

 

Auditório da Napoleão Reis ficou cheio para receber os convidados

Thiago e Joffre (com a camisa da escola) também estiveram no Narciso de Queirós




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Postado por Nathália Coelho, no dia 01/04/2023 - 08:20


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