Tempo em Lafaiete: Hoje: 29° - 14° Agora: 14° Sábado, 18 de Maio de 2024 Dólar agora: R$ 5,103 Euro agora: R$ 5,544
Comunidade


040: movimento prevê mais 159 mortes até 2030, caso trecho de 66 km de CL ao trevo de OP não seja duplicado

Cortejo pacífico em fevereiro vai cobrar segurança e fim das mortes na BR-040 entre Lafaiete e Belo Horizonte



Foto: arquivo jornal CORREIO - O Movimento SOS 040 espera a participação de mais de uma centena de veículos na carreata

Se você vive nas cidades cortadas pela BR-040, com certeza, já perdeu algum familiar ou amigo no percurso desta, que é umas das rodovias mais mortais do país. Com certeza, também traz na lembrança imagens perturbadoras de acidentes que viu quando cruzava o trecho entre Lafaiete e Belo Horizonte. E é em nome dessas pessoas – e das outras 159 que podem morrer antes que as mudanças efetivas sejam realizadas – que o movimento SOS 040 realizará um cortejo. A manifestação pacífica e ordeira, prevista para as 10h do sábado, 17/02 (pós-carnaval), irá se concentrar no bairro Jardim Canadá (Nova Lima) e seguirá, sentido Rio de Janeiro, até o trevo do Retiro do Chalé, de onde retornará ao Jardim Canadá.

O Movimento SOS 040 espera a participação de mais de uma centena de veículos na carreata. “Reforçamos que será uma manifestação republicana, ordeira e pacífica. Para que isso ocorra de forma totalmente segura, já comunicamos à Polícia Rodoviária Federal e à concessionária Via 040. Não haverá interrupção do trânsito e os veículos se manterão na faixa da direita, em velocidade condizente com o trecho e respeitando o Código Brasileiro de Trânsito”, detalha. Os manifestantes acreditam que não sofrerão oposição da atual concessionária, visto que a manifestação não é contra a empresa, mas a favor de salvar vidas. “No aditivo assinado pela concessionária e União, existe cláusula que permite obras emergenciais com recursos públicos, que devem ser executadas pelo Governo Federal, sem interferência da atual concessionária”.

Rodovia do Minério – na pauta dos manifestantes está a construção da chamada rodovia do minério: “Além da falta de trevos seguros, barreiras centrais e áreas de escape, um dos maiores fatores de risco é o grande número de carretas de minério que transitam pelo trecho. Elas estão envolvidas em 50% dos sinistros ocorridos”, explica. Para resolver este problema específico, o Movimento SOS 040 e organizações parceiras pleiteiam que a logística de movimentação rodoviária de minério seja redefinida, por exemplo, utilizando de estradas particulares que cortam terrenos das próprias mineradoras, além de outras modalidades de transporte, de forma a aliviar o pesado trânsito de carretas na BR-040. “Mesmo com a duplicação prevista no edital de relicitação, a estrada já renascerá saturada devido ao tráfego de minério”, avalia o movimento.

Números do Trecho da Morte – as 159 possíveis mortes citadas no início da matéria se baseiam em estatísticas.

Segundo o relatório elaborado pelo engenheiro Hérzio Mansur e já divulgado pelo Jornal CORREIO, entre dezembro/2020 e dezembro/2022 (2 anos), foram reportados 53 óbitos em um trecho de 53 km (km 563-617), ou seja, um óbito por km. As carretas de minério estavam envolvidas em aproximadamente 50% deles. “Em 2023, foram 389 acidentes, resultando em 33 mortes e 524 feridos. Assim sendo, e diante das informações de que novas intervenções no traçado – como túneis, pontes, viadutos, acostamentos, ampliações de raios de curvas, redução de gradientes de rampas, iluminação, obstáculos físicos centrais, trevos em dois níveis - só seriam efetivadas em 2030, pode-se mesmo afirmar que, até lá, 159 usuários serão mortos nestes mesmos 53 quilômetros”, calculam os integrantes do Movimento SOS 040.

O que é o Movimento SOS 040?
Formado por moradores do entorno da BR-040, o Movimento SOS 040 vem, há 10 anos, pressionando os órgãos e instâncias responsáveis pela segurança de 350 mil usuários frequentes do trecho entre BH e Lafaiete. Esses 98 km atravessa os municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Itabirito, Moeda, Belo Vale, Ouro Preto, Congonhas e Lafaiete. Segundo os seus integrantes, desde a sua fundação, o SOS 040 já se reuniu diversas vezes com órgãos e entidades responsáveis, como o Ministério de Infraestrutura, Secretaria Estadual de Obras e Infraestrutura, Ministério Público (Estadual e Federal), Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Invepar/Via 040, senadores e deputados federais, “sempre sem obter respostas relevantes, ou conseguindo apenas melhorias insignificantes em relação à grandeza da importância da rodovia federal”, lamentam.

Conheça as demandas do Movimento SOS 040

1- Intervenções imediatas nos pontos críticos nesse trecho da rodovia. “A espera de 4 a 5 anos para a duplicação, prevista no edital, é considerada um crime contra a vida. Realizando obras imediatas, acreditamos em execuções mais seguras a médio e longo prazo. As mais urgentes seriam elas:

a) Instalação de área de escape nos declives denominados Celinha e Pires.

b) Instalação de barreiras centrais eficientes nos pontos de maior incidência de colisões frontais e travessias proibidas.

c) Intervenções nos pontos onde não há fluidez (Ex.: as pontes nos km 615,6 e 615,8).

d) Intervenções nos pontos de acesso com alto volume de travessia de veículos (Ex.: "trevo" de Moeda).

e) Instalação de balança para caminhões de carga.

2- Realização da duplicação do trecho entre Nova Lima e Lafaiete.

3- Regulação e regulamentação das atividades de transporte de minério na região do quadrilátero ferrífero, com a sua logística respeitando os direitos dos demais usuários.

4- Reforço imediato das bases existentes da PRF que cobrem esse trecho. Em especial, entre BH e Lafaiete.
É essencial aumentar efetivo e modernizar equipamentos para fiscalização e monitoramento, considerando particularidades, como o intenso tráfego de caminhões. O Posto PRF Congonhas necessita de manutenção e aprimoramentos, incluindo reforço material e de equipe.

5- Participação de representantes dos usuários nas discussões sobre a segurança da via.




Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383


Postado por Nathália Coelho, no dia 07/02/2024 - 20:20


Comente esta Notícia