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Saúde


Diabetes: endocrinologista reforça sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do controle adequado da doença



Foto: Divulgação

          Endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Rocha Araújo

Quando falamos em “Novembro Azul”, pensamos na prevenção ao câncer de próstata. Mas o que pouca gente sabe, é que o mês também é dedicado à conscientização sobre o diabetes, doença que  atinge 10,2% da população brasileira, conforme dados da pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil 2023). Mas afinal, o que é Diabetes Mellitus ? Quem explica é o médico endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Levimar Rocha Araújo. Segundo o especialista, diabetes significa urinar, passar através de, e o mellitus significa doce, então é urinar doce.

Isso acontece pela falta de um hormônio chamado insulina, produzido pelo pâncreas, e, por causa disso, a glicose não consegue entrar nas células e é eliminada através dos rins.  “O excesso de glicose deixa a pessoa mais cansada, sem energia para fazer as atividades do dia a dia e, a médio e longo prazo, essa condição afeta a saúde do paciente, atingindo rins, olhos, os vasos sanguíneos e o coração. Os problemas mais graves são a amputação de membros inferiores e a perda da visão. Por isso, a importância do acompanhamento médico”, reforça o endocrinologista.

Sintomas 

O diabetes, de acordo com Levimar, é uma doença silenciosa. No tipo 1, a criança sente muita sede e fome, urina bastante (às vezes volta a urinar na cama). No tipo 2, não há sintomas, a doença só é detectada com exames de sangue ou quando já surge alguma complicação, como vista turva.  .

 

Tipos de diabetes

Segundo o médico, existem muitos tipos de diabetes,  os mais comuns são os tipos 1 e 2 e o gestacional. O tipo 1 ocorre quando o pâncreas não fabrica insulina. Por isso, é mais comum surgir em crianças e jovens. Este é o tipo em que é necessário tomar insulina. Já o  2, que é o mais comum (cerca de 16 milhões de pessoas afetadas no país), o pâncreas fabrica insulina, mas o receptor está entupido justamente pelo excesso de gordura abdominal. Então a glicose também não consegue adentrar nas células. “A única coisa que esses dois tipos têm em comum é a hiperglicemia, levando a complicações nos dois casos. O tipo 2 é mais comum e está relacionado à obesidade, pois 90% das pessoas com esse tipo de diabetes estão acima do peso. Mas também é preciso lembrar que existe o fator hereditário. Quem tem um pai, mãe, um avô com diabetes do tipo 2, precisa ficar atento, ainda mais se estiver acima do peso, em especial na circunferência abdominal. Aquelas mulheres que tiveram filhos com mais de 4 quilos, também têm um risco mais elevado”, alerta o especialista.

Há também o diabetes gestacional.  De acordo com o endocrinologista, durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo.

O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. “Há algumas características que elevam o risco de a gestante ter essa complicação, como história familiar de diabetes mellitus; já ter exames de sangue com glicose alterada em algum momento antes da gravidez; excesso de peso antes ou durante a gravidez; gravidez anterior com feto nascido com mais de 4 kg; histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida; ter hipertensão arterial; ter ou já ter tido em gestação anterior pré-eclâmpsia ou eclâmpsia; ter síndrome dos ovários policísticos e usar corticoides”, comenta o médico.

 

Diagnóstico

O diagnóstico é feito principalmente pela medição da glicose depois da refeição, como café da manhã ou almoço. O normal de uma pessoa sem diabetes é até 140 mg, duas horas depois da refeição, porém a pessoa que tem entre 140mg e 200mg tem pré-diabetes. “Também é importante fazer um exame chamado hemoglobina glicada, um exame simples, que avalia a glicemia da pessoa nos últimos 3 meses. Se estiver superior a 6,5, é diagnóstico de diabetes”, alerta o presidente da SBD. 

Cura do diabetes

O médico explica que o diabetes tipo 1, por ser uma doença autoimune, não tem como ser evitado. “Apesar de não ter cura, costumo dizer que tem controle, basta seguir as recomendações médicas”.Já o tipo 2, ainda segundo Levimar, pode ser evitado por meio de uma alimentação saudável, prática de atividades físicos, perda de peso.

Assistência do SUS

Atualmente, o Ministério da Saúde oferece seis medicamentos gratuitamente aos usuários do SUS, todos financiados com recursos federais e liberados nas farmácias credenciadas. São eles: as insulinas humanas NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida. Informações atualizadas sobre os estabelecimentos credenciados ao Aqui Tem Farmácia Popular podem ser obtidas pelo Disque-Saúde (0800-61-1997) ou no site do programa.  

Novembro azul

Para chamar a atenção de toda a população e de profissionais de saúde sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do controle adequado da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) celebrou o Dia Mundial do Diabetes no dia 14, com a campanha Novembro Azul. 

 O médico Levimar Aráujo, reforça a importância  da campanha  para chamar a atenção para a doença, em especial o diabetes tipo 2:   “Como eu já disse, não apresenta sintomas, porém, se não for tratado, traz sérias complicações. Às vezes, o paciente com diabetes tipo 2, demora de 8 a 12 anos para saber que tem a doença. Então, a educação é o melhor caminho para o diagnóstico precoce. O alerta é para quem tem mais de 45 anos fazer a medição de glicemia pelo menos uma vez por ano. Se tiver parentes com diabetes, pode fazer esse exame até mais cedo. Quanto antes o paciente souber da sua condição, mais eficiente será o tratamento”, orienta.
 

Sociedade Brasileira de Diabetes

A Sociedade Brasileira de Diabetes tem trabalhado junto ao Congresso Nacional para a aprovação de leis que ajudem na detecção e tratamento para todas as pessoas, seja na rede pública ou particular. Segundo o presidente da SBD,  vários projetos de lei estão em votação em comissões e no Senado. “Esta semana, por exemplo, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) aprovou o Projeto de Lei 2.687/22, que classifica o diabetes mellitus tipo 1 como deficiência para efeitos legais. Agora, o texto segue para aprovação do Senado. A mudança foi solicitada com base em requisitos definidos pela OMS, para que uma condição seja considerada deficiência: desigualdade, em razão de problemas no corpo; limitações para atividades; restrições na execução de tarefas diárias”, concluiu Levimar.

 

 

 

 




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Postado por Rafaela Melo, no dia 24/11/2023 - 13:30


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