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Atenta à tecnologia, Igreja Católica passa a aceitar doações por PIX e cartão na região



Foto: arquivo jornal CORREIO

 

O momento do ofertório está presente em qualquer missa. Durante a liturgia, o padre convoca os fiéis a apresentarem sua contribuição, ou entregarem seu dízimo, como reconhecimento à generosidade divina pelas nossas conquistas e como forma de colaboração para as obras sociais. Mas é fato que, nos últimos tempos, o dinheiro físico tem se tornado cada vez menos comum e a dúvida que surge é a seguinte: será que essa mudança já foi sentida nos templos? Como a Igreja vem se adaptando ao digital?

Quem respondeu às perguntas do Jornal CORREIO foi o padre Paulo Barbosa, assessor da Pastoral do Dízimo na região Mariana Oeste: “A utilização do dinheiro físico tem diminuído, mas como estamos no interior, e nossos paroquianos, na maioria das vezes, são mais pobres, o dinheiro ainda é o meio de colaboração mais comum – seja em envelopes, ofertas avulsas ou em pagamento aos carnês”, conta.

De acordo com o padre, essa transição do físico para o digital já vem sendo trabalhada, mas de forma bem suave: “Houve incentivos e campanhas para promover a oferta por meio da contribuição digital. A evolução acontece em todas as instâncias e a Igreja não pode ficar de fora dessas mudanças. Acredito que, devagarzinho, as pessoas vão entender a importância do pagamento através dos cartões, do PIX. Mas, hoje, essas modalidades ocorrem mais nas festas e campanhas”.

Mesmo edificada com sólidas bases na tradição, a Igreja mantém-se atenta às mudanças vivenciadas pelos seus fiéis, sejam elas efeitos do tempo ou de fatores mais extremos, como foi o caso da pandemia. Com as restrições impostas pelo coronavírus, templos tiveram que fechar as suas portas, o que se temia era que o elo se rompesse e o rebanho se distanciasse do seu pastor – previsão que, segundo observa-se nas igrejas, não se concretizou. E, em partes, muito se deve justamente ao digital, conforme explica o padre Paulo Barbosa:

“Nós tivemos, na nossa arquidiocese, uma constatação muito bonita. A pandemia impôs muitas dificuldades: as pessoas não podiam sair de casa, ao mesmo tempo em que lidavam com problemas comuns como o desemprego. Mas, graças a Deus, houve uma manutenção posterior das contribuições, por causa do trabalho do pastor do dízimo nas paróquias, das formas constantes de atualização e também de formação dos agentes e do povo de Deus”.

Conforme avalia o padre, a pandemia exigiu que a Igreja refletisse a sua ação pastoral. “Nós tivemos uma grande defasagem de participação na igreja. As escolas fecharam, as pessoas não podiam mais se reunir em grandes grupos, enfrentamos o negacionismo e a falta de responsabilidade do go­ver­no, mas as igrejas se organizaram e se adaptaram. As reuniões aconteciam de forma virtual. Eu mesmo pude fazer muitas dessas reuniões, uma vez que eu era assessor ou coordenador dos presbíteros na arquidiocese”, explica.

E esse momento acabou levando a um novo passo nessa evolução: “Nós tivemos relatos da necessidade de também de manter o trabalho virtual, não tão intenso quanto naquele momento da pandemia, quando não havia celebrações presenciais, mas vimos que era necessário continuarmos com a nossa presença na rede, seja nas celebrações virtuais, transmissões de missas e novenas. Também houve uma maior procura do rádio, internet e aplicativos”.

Hoje, a voz da Igreja continua chegando aos lares – em especial, aos mais distantes fisicamente: “Pessoas acompanham e participam mesmo estando em outros países. O próprio Papa Francisco é um homem que vive a sua presença relevante no mundo. Nós temos nossos bispos que também trabalham bastante nas redes sociais. As transformações digitais trouxeram essa necessidade de que a Igreja esteja sempre atenta, aberta ao mundo de hoje e às novas tecnologias”, conclui.

padre Paulo Barbosa




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Postado por Nathália Coelho, no dia 20/11/2023 - 20:20


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