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Congonhas quer retomar potencial turístico e depender menos da mineração

Para isso, prefeito pretende investir na economia local e na capacitação profissional da população



Cláudio de Souza pretende tornar a cidade menos dependente da mineração

A décima terceira semana do especial “Desbravando o Paraopeba” vai para Congonhas conhecer e conversar com o prefeito Cláudio Antônio de Souza (MDB). Uma cidade histórica que, de acordo com o prefeito, precisa resgatar suas origens para se tornar polo de turismo em um futuro promissor. Com 54% do terreno ocupado por mineradoras, o desafio será investir em outras áreas da economia local para fortalecer comércio, agricultura e diminuir a desigualdade social. Esse trabalho foi realizado em parceria entre Jornal CORREIO, CORREIO Online e Estrada Real FM. Confira a entrevista completa, com exclusividade para o Jornal CORREIO.

Quais são os maiores desafios que o senhor e sua equipe vem enfrentando desde o começo desta gestão?

São os problemas relacionados à questão da desigualdade social, injustiça social, que é muito marcante aqui. Temos quase 35% da população vivendo em família com menos de meio salário mínimo. Temos uma renda per capita boa, elevada, ou seja, quando se tem uma percentagem dessa vivendo com meio salário mínimo e um per capita alto, demonstra que tem concentração de renda. Isso é um desafio grande porque temos muitas pessoas em situações precárias, um déficit habitacional elevado, muitas pessoas vivendo em situação de risco ambiental. Além disso, dada a questão da pandemia, uma redução da atividade econômica do município não ligada à mineração, leva a uma ameaça, no sentido do futuro que aponta desemprego, fechamento do comércio, muitas empresas com faturamento em queda. Já havendo uma situação social como a que nós temos, mais o que está por vir, nos preocupa.

Qual é a sua maior meta para esses próximos 4 anos?

Colocamos como nossa principal meta desenvolver uma diversidade econômica que torne Congonhas, a médio e longo prazo, menos dependente da atividade minerária. Somos uma cidade com potencial turístico e temos potencial no campo da economia agrícola. Essas duas áreas precisam ser potencializadas no sentido de tornar a cidade menos dependente da mineração. Esse tem sido um desafio para todas as cidades mineradoras. A Associação Mineira dos Municípios Mineradores (AMIG), tem cobrado esse posicionamento, principalmente, considerando que já temos exemplos em Minas Gerais de cidades que estão perdendo a mineração e estão, hoje, em um dilema muito grande. Então, Congonhas precisa reforçar a atividade econômica.

Que setores têm exigido um empenho maior da sua administração? Por quê?

A revisão do plano diretor, a reestruturação do projeto de desenvolvimento urbano, no modo de ocupação do solo, setorizando as áreas residenciais, industriais, serviços, de modo que nós possamos organizar a economia. Capacitar a população, pois somos uma cidade com um déficit de capacitação profissional bastante significativo. Das vagas ofertadas no município pelas indústrias e empresas temos um índice de aproveitamento muito baixo pela população, ou seja, vemos um desempenho técnico e profissional abaixo daquilo que o mercado exige hoje. Até temos empregos, mas não temos pessoas capacitadas para absorver esses empregos.

Qual é a base da economia da cidade? O que será feito para fomentar esse setor?

A base hoje é mineração. Temos um comércio modesto, não teve o avanço que deveria ter tido ao longo dos anos, talvez por uma acomodação da própria população, que não recebeu incentivo e estímulo necessário, na medida certa. Isso é um diálogo que precisamos incrementar. Temos empregado muitas pessoas de fora. Das empresas que mineram aqui, temos menos de 20% dos empregos ofertados ocupados por congonhenses, isso mostra o quanto tempos que avançar. Além disso, temos um déficit habitacional monstruoso, que ultrapassa duas mil moradias. Congonhas, há muitos anos, tinha como vocação fortíssima a questão do turismo. Ela meio que parou de pensar nisso e não se preparou. Este momento é singular. É uma situação em que o turismo não está acontecendo, por causa da pandemia, mas ele vai ter daqui para frente, um potencial muito forte e a cidade precisa se preparar. Você não vira polo de atração turística por querer, você precisa se preparar para isso.

Sua administração já possui traçados para atrair novos empreendimentos para a cidade?

Vamos ter que fazer estudo de viabilidade desses empreendimentos. Aparecem ofertas, pessoas interessadas. O que mais recebi até agora são vinculados à questão de efeitos da atividade minerária. Congonhas é uma cidade com uma área não muito grande. São 304 km², dos quais, 54% deles, mais da metade da área do município, já está ocupada com mineração. Sobra muito pouco para ocupar com cidade e áreas agrícolas. Somos muito estrangulados na disponibilidade de área. Mas, empresas que queremos buscar para cá, são empresa que, de algum modo, não potencializassem a questão que a mineração traz. A mineração trem trazido desafios ambientais muito sérios e nós, enquanto cidade turística, precisamos muito preservar o meio ambiente.

O que os moradores podem esperar da sua administração?

O que viemos pregando, desde a campanha, é que buscamos alcançar a demanda da população. Muitas vezes existe a demanda do governante e nós queremos neste governo, buscar a demanda do cidadão. O governante muitas vezes tem o olhar privilegiado por onde ele enxerga por uma questão que, às vezes, o cidadão comum não enxerga. Ele se propõe, faz os projetos, antecipa. Desta vez, estaremos muito mais próximos daquelas demandas que o cidadão tem clamado. Com boa vontade vamos buscar atender às demandas pequenas, porém muito variadas. Para finalizar, queria deixar claro que somos um governo iniciante, depois de uma quebra de sequência de 16 anos, aparentemente, parecemos ser estranhos no ninho. Mas, o que nos move é a conexão com a necessidade da cidade, com o anseio do povo e o município que tem muito potencial para ser mais e melhor para os munícipes.

Tombado como Patrimônio da Humanidade, Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é um museu a céu aberto

Conheça Congonhas

Conhecida como “Cidade dos profetas”, Congonhas se destaca por abrigar o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, em 1985. O local é um verdadeiro museu a céu aberto com a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, 12 profetas e as seis Capelas dos Passos da Paixão de Cristo, sendo todas imagens esculpidas em tamanho real na pedra-sabão por Aleijadinho.

Com pouco mais de 55 mil habitantes, o município se localiza a 25km de Lafaiete. Suas fortes tradições culturais, como o Jubileu e a Semana Santa, se tornaram ponto de encontro de moradores da região. Para o turismo, o Parque Ecológico da Cachoeira é um balneário muito procurado pelos turistas. Além do Museu de Congonhas, que abriga o turismo cultural e religioso através de recursos sensoriais e emocionais.

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Acompanhe na próxima edição do Jornal CORREIO a entrevista com o prefeito reeleito de Ouro Branco, Hélio Campos (PSDB).




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Postado por Frances Elen, no dia 28/04/2021 - 18:26


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