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Educação


Mas sou só eu?



Quem é professor um dia já ouviu de algum aluno mau caráter a pergunta: “Mas sou só eu?” Ele conversa, desperdiça seu próprio tempo e o dos colegas, rouba a energia do professor e, descaradamente, faz essa pergunta ao ser interpelado. Há uma inspiração em adultos iguais ou piores do que eles.

É o que confirma a notícia recente: Marin foi preso na manhã desta quarta no hotel BaurauLac, em Zurique, e aguarda em uma prisão da região da cidade uma eventual extradição aos EUA. Segundo fontes próximas à CBF, ele passou o dia em busca de advogados na Suíça e nos EUA e deve resistir à extradição. Ao sair do hotel, Marin estava abatido. Segundo pessoas que acompanharam o caso, ele teria apenas tido: "Mas sou só eu? Onde estão os outros?".

Esse banditismo começa na escola e, quase sempre, fica sem solução. Só aumenta, pois não falta conselho tutelar, pais ou responsáveis e, parte do judiciário para defender uma canalhada que começa a ser formada desde a adolescência, impunimente.

Recentemente, em sala de aula, mostrei aos alunos que lógica não é sinônimo de verdade e que algo lógico, necessariamente, não significa algo verdadeiro. É o que a Fifa e a CBF vem mostrando há anos, desde o belga João Havelange que assumiu a presidência da Fifa em 1974, se não me engano. Essas instituições sempre mostraram um ar de seriedade e honradez, com discursos extremamente lógicos e honestos, mas quanta lama existia por trás da aparente honestidade e imparcialidade.

Falei, também, aos alunos que eles estão vivendo um momento privilegiado de muitas oportunidades, mas de enormes desafios, devido à falta de referências em que valham a pena acreditar. Disse a eles que fico a pensar sobre o que dirão aos seus filhos daqui a uns anos ao acharem que devem ensinar a eles os princípios éticos básicos, como os valores da honra e da responsabilidade, do compromisso e da palavra. Não sei o que dirão aos seus filhos, quando eles perguntarem aos professores: “Mas sou só eu que estou a conversar durante as aulas?”, se apoiando e se justificando nas atitudes de outros colegas. Que referências nossos jovens de hoje terão para orientar seus filhos? A Petrobrás ou o Lava Jato? A Fifa ou a CBF?

Não me parece que as referências serão os pensionistas que honram seus compromissos, separando o dinheiro em envelopes, para quitar suas dívidas, nem o enfermeiro que trabalha exaustivamente cuidando de 20 a 30 doentes, quando seu código ético prevê a terça ou quarta parte disso. Não me parece ser o balconista e nem os professores que precisam sorrir e manter a elegância com seus clientes mais deselegantes e agressivos. Não me parece!

Talvez você tenha visto na última edição do CORREIO a notícia sobre a agressão verbal a uma professora e ao diretor da Escola Estadual Lopes Franco, por um aluno de 18 anos, da 2ª série do ensino médio (que já deveria estar na entrando no curso superior). Diz a matéria do Jornal CORREIO que a escola “não quis se pronunciar sobre o assunto”. O banditismo está calando a boca da escola como o banditismo social está calando a boca da sociedade. Isso é um absurdo. Estamos reféns da violência.

Recentemente, um professor de história, meu amigo, sofreu agressão física de um aluno de 16 anos, (Pasmem: na 6ª. série do ensino fundamental). O aluno estava atrapalhando a aula, ouvindo funk ou coisa parecida e foi mandado à direção. Ao retornar, já entrou dando socos no professor, que revidou à agressão. Evidentemente, isso resultou em conselho tutelar e delegacia de polícia. Enquanto isso, vamos ouvindo bestializados a frase: “Mas sou só eu?” As autoridades precisam entender que as escolas não foram criadas para serem Febems.



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Escrito por Educação, no dia 16/06/2015




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